Pesquisa de

Osteoartrose

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A osteoartrite, osteoartrose ou apenas artrose, como é mais comumente conhecida, ocorre devido à degeneração da cartilagem da articulação ou “junta”. Afeta mais mulheres entre 40 e 50 anos e na menopausa. Conhecida como “bico de papagaio”, representa cerca de 40% das doenças articulares do idoso, acometendo 30% das mulheres e 17% dos homens com mais de 60 anos, levando à incapacidade para o trabalho de quase 15% da população adulta mundial.

A doença pode ser primária ou secundária a traumas, inflamações ou infecções de modo que a lesão da cartilagem leva à reação do osso com formação dos osteófitos ou “bicos de papagaio” e limitação articular e funcional.

Quase metade dos adultos com 30 a 35 anos de idade e quase todos acima de 50 anos têm alterações nas juntas compatíveis com a artrose, embora a doença se manifeste em apenas alguns indivíduos. Neste sentido, diversos fatores como excesso de peso, defeitos posturais, sobrecarga mecânica pela prática inadequada de atividade física e esportes, além de estresse, traumatismos, infecções, influência hormonal e/ou vascular podem colaborar para que a artrose deixe de ser silenciosa e se transforme na doença ativa provocando dor e alterações nos movimentos.

A dor da artrose é de início gradual, com rigidez podendo acompanhar-se de formigamento de membros, limitação e deformidades articulares. Geralmente é vaga, pouco precisa e surge aos movimentos podendo se associar a estalos, inchaço, aumento e rigidez das juntas com sensações de peso e cansaço. Em seguida pode ocorrer mesmo em repouso e à noite com espasmo dos músculos, o que a torna mais intensa. A doença pode ser localizada em regiões específicas como mãos e joelhos, ou generalizada, quando afeta várias áreas do corpo.

A artrose da coluna é a forma mais habitual de “reumatismo”, seguida por envolvimento das mãos, bacia ou quadris, joelhos e pés. Protuberâncias ou nódulos nos dedos das mãos e pés, com pouca ou nenhuma dor, também são motivos freqüentes de procura ao médico reumatologista decorrente de razões estéticas, devido às deformidades visíveis. O polegar é afetado em donas de casa com atividades domésticas, costureiras, alfaiates e tapeceiros comprometendo suas funções. Nos pés, o joanete ou artrose do dedão dificulta a caminhada.

O tratamento da artrose visa aliviar a dor e a inflamação, bloquear a evolução da doença, regenerar os tecidos lesados e recuperar a função da articulação acometida. Redução e controle de peso além de adequação de atividades físicas, esportivas, profissionais e do dia a dia são essenciais. Posturas inadequadas, excesso de sobrecarga mecânica e situações desencadeantes de instabilidade e estresse articular devem ser evitados. Exercícios específicos orientados pelo reumatologista, fisioterapia, hidroterapia e utilização de apoios como bengalas, andadores, muletas, palmilhas e calçados adequados para aliviar a sobrecarga articular são coadjuvantes importantes e podem ser fundamentais ao tratamento e controle dos sintomas do paciente.

Analgésicos e antiinflamatórios são utilizados para controlar a dor enquanto outras formas de medicamentos auxiliam na proteção e melhora da estrutura da cartilagem danificada. Infiltrações nas articulações com ácido hialurônico representam ótimas possibilidades de tratamento, retardando a progressão da artrose e a necessidade de cirurgias, já que restauram a viscosidade natural da articulação melhorando consideravelmente dor, rigidez, desempenho e função de juntas como polegar, joelho, tornozelo e ombro; além disso, possibilitam menor uso de analgésicos e antiinflamatórios.

Eventualmente procedimentos cirúrgicos podem ser necessários para a correção de deformidades graves estabelecidas e que provocam grande desconforto e dor. Entretanto e como perspectiva futura, novas técnicas como estimulação da reparação e transplante de cartilagem e uso de fatores de crescimento na cartilagem lesada têm sido desenvolvidas e representam possibilidades de tratamento nas lesões localizadas em casos selecionados e de forma experimental, assim como a utilização de células tronco, que representa um avanço alvejado. No entanto, é importante destacar que na atualidade, podemos e devemos proporcionar ao paciente com OA melhora dos sintomas e de sua qualidade de vida com as modalidades terapêuticas disponíveis e acessíveis a todos nos dias de hoje. Para isto, medidas terapêuticas e de apoio devem ser seguidas com disciplina e confiança, sempre sob orientação do médico clínico especialista, o reumatologista, profissional amplamente qualificado para tratar pacientes com osteoartrose.